Florida!!! (feat. Florence + The Machine)
“‘Florida’ é uma música que escrevi com Florence + The Machine e acho que tive essa ideia que mostra o que acontece quando sua vida não se encaixa ou quando as escolhas que você fez te rondam e trazem consequências – consequências severas, julgamentos. Quando as circunstâncias não o levaram aonde você pensava que estaria e você só quer escapar de tudo que você já conheceu. Então existe algum lugar onde você poderia ir? Estou sempre assistindo ao programa ‘Dateline’ em que as pessoas cometem crimes e imediatamente fogem da cidade e vão para a Flórida. Eles tentam se reinventar, ter uma nova identidade, se misturar e acho que quando você passa por uma coisa ruim, há uma parte de você que pensa ‘quero um novo nome, quero uma nova vida, não quero que ninguém saiba onde eu já estive ou que me conheçam’ e isso foi mais ou menos o que aconteceu. O ponto de partida para onde você vai se reinventar e se camuflar: Flórida!”
Fortnight (feat. Post Malone)
“‘Fortnight’ é uma música que eu acho que realmente mostra muitos dos temas semelhantes que são abordados neste álbum. Um deles é o fatalismo. Saudade, sonhos perdidos. Eu acho que é um álbum muito fatalista, pois há muitos versos dramáticos sobre a vida ou a morte, tipo ‘eu te amo, isso está arruinando minha vida’, como se essas coisas fossem muito hiperbólicas e dramáticas de se dizer. É sobre um tipo dramático, artístico e trágico de amor e perda. E eu sempre imaginei ‘Fortnight’ acontecendo em uma certa cidade americana onde o sonho idealizado americano que você pensava que aconteceria com você não aconteceu. Você acabou não ficando com a pessoa que amava e agora você tem que conviver com isso todos os dias. Me perguntando o que teria acontecido… e esse é um conceito bastante trágico, na verdade. Eu escrevi dessa perspectiva.”
“Down Bad”
“Muitas músicas do ‘TTPD’ tratam da ideia de desgosto ou perda como uma metáfora. A metáfora em ‘Down Bad’ é que eu estava comparando a ideia de ter um amor bombardeado onde alguém abala seu mundo e te deslumbra e então te abandona com uma abdução alienígena em que você foi abduzido, mas queria isso. Você pensa ‘espera, não, onde estou indo? Gostei de lá, foi estranho, mas foi legal, quero voltar’. E então a garota na música se sentiu tipo ‘acabei de ser exposta a uma galáxia e um universo totalmente diferente e não sabia que isso era possível. Como você pode simplesmente me colocar de volta onde eu estava antes?’.”
“My Boy Only Breaks His Favorite Toys”
“‘My Boy Only Breaks His Favorite Toys’ é uma música que escrevi sozinha. É uma metáfora envolvendo a perspectiva de um brinquedo infantil, de ser o brinquedo favorito de alguém, até que alguém quebre você, e então não queira brincar mais com você. Quantos de nós estamos em relacionamentos, onde somos tão valorizados por uma pessoa no início, e então, de repente, eles nos quebram, ou nos desvalorizam em suas mentes. Então é tipo uma música sobre negação, na verdade.”
“Clara Bow”
“‘Clara Bow’ é uma música que escrevi como um comentário sobre o que percebi na indústria que faço parte ao longo do tempo. Eu costumava conversar com gravadoras tentando conseguir um contrato de gravação quando eu era criança, e eles diziam: ‘você sabe, você nos lembra de…’ e então te comparavam com uma artista e depois meio que diziam algo depreciativo sobre ela: ‘você é assim e seria muito melhor desta ou daquela maneira’. E é assim que ensinam as mulheres a se verem, como se pudessem ser a nova substituta de outra mulher que fez algo grande antes de você. Escolhi mulheres que fizeram grandes coisas no passado e viraram modelo desses arquétipos de grandeza na indústria do entretenimento. Clara Bow foi a primeira ‘it girl’. Stevie Nicks é um ícone e um exemplo incrível para quem quer compor músicas e fazer música.”
“Who’s Afraid of Little Old Me?”
“Compus sozinha, sentada ao piano em um daqueles momentos em que me senti amargurada com todas as coisas que fazemos aos nossos artistas como sociedade e como cultura. Há muito sobre esse conceito específico no ‘The Tortured Poets Department’. O que fazemos com nossos escritores, nossos artistas e quem trabalha com arte? Nós os colocamos no inferno. Observamos o que eles criam, depois julgamos. Adoramos ver artistas sofrendo, muitas vezes ao ponto de, como sociedade, provocar essa dor e apenas observamos o que acontece.”